quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Isto É Gente - Setembro 2007

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ELIANA SEM PRESSA PARA AMAR
Vice-líder de audiência aos domingos, a apresentadora conta que dispensou pretendentes por não estar pronta para um novo relacionamento e encara o casamento com Edu Guedes como um namoro sério que não deu certo

Testo Rodrigo Cardoso / Fotos Edu Lopes

Em junho passado a apresentadora Eliana Michaelichen Bezerra desembarcou na África do Sul. A viagem era a trabalho e ela gravou reportagens para o Tudo É Possível, seu programa na Record. Nos seis dias em que esteve naquele país, porém, o grande ensinamento que trouxe na bagagem foi afetivo e não profissional. Fazia dois meses que Eliana havia colocado um ponto final no casamento de quase dois anos e meio com o chef Eduardo Guedes. E ainda digeria a separação - aliás, digere até hoje, como revela em entrevista a Gente. Até que um dia alguém lhe explicou o significado da palavra shosholoza: "superar obstáculos", no idioma zulu. Desde então, tornou-se o lema de Eliana, que adaptou o significado para "bola para a frente". Com esse espírito, aos 34 anos, ela acaba de comemorar dois anos de programa na Record, onde dá expediente já há nove anos. Única mulher na guerra pelo Ibope nas tardes de domingo, a ex-apresentadora infantil mostra que cresceu também no trabalho: é vice-líder no horário há um ano. Fora da tevê, shosholoza! Eliana retomou antigas amizades, fez outras novas (no momento está de férias com uma amiga na Europa) e curte a fase solteira com divertidos churrascos em casa a cada 15 dias. Não pára por aí, claro. Prova disso é que, como brincam pessoas mais próximas, "Eliana anda mais animada que Carnaval em Salvador". É bom lembrar que ela não quer namorar - repetiu isso cinco vezes na entrevista -, mas aos que queiram agradála, a dica: a presenteiem com uma caixa de bombom. Chocolate é seu ponto fraco.

Nesses quatro meses solteira, como ocupou o tempo fora de casa?
Fiz cursos de telejornalis

mo e arte contemporânea. Gosto de colecionar obras de arte, de esculturas a quadros. Gosto do Ascânio, um escultor português, de Amélia Toledo, que tem um trabalho abstrato em óleo e também faz design de jóias... O curso de telejornalismo quem deu foi o Paulo Henrique Amorim. Queria ouvir a opinião dele sobre o jornalismo. Fiz algumas viagens... profissionais. Fui ao Peru e África do Sul. Fui para Miami com a Hebe, há três meses. É uma das poucas amigas que tenho no meio artístico.

Sai à noite com mais freqüência do que da última vez em que esteve solteira?
Não. Em pleno século 21 é interessante que algumas pessoas se excitem com a questão de estar solteira. É uma coisa meio Nelson Rodrigues: "A mulher separada... vamos ficar de olho para ver o que pode fazer!". Fiquei solteira e parece que não posso dar um pulo ali, ir a uma danceteria, em um restaurante, que estou fazendo alguma coisa errada. Ajo como sempre agi. Não saio com mais freqüência de ma-nei-ra alguma!

Já apareceram pretendentes a um relacionamento mais sério?
Claro, não vou mentir. Sou direta e falo: "Não tô a fim de namorar. Podemos ser amigos?".

Fez novos amigos?
Quando me proponho a fazer uma coisa, me dedico muito. Eu estava dedicada à minha relação. Não foi como eu imaginava, mas ok, valeu a dedicação. Agora, é hora de me dedicar a mim mesma. Não quero namorar ninguém. Então, o tempo que dedicava ao meu ex-marido dedico aos meus amigos, ao trabalho. Fiz muitas amizades novas: amigo do amigo, amiga da amiga... Tenho recebido muito mais em casa.

O que gosta de fazer em casa?
Churrasco (risos). Há dois meses, concluí um gazebo, um cantinho com forno de pizza, churrasqueira. Chamo de cozinha da vovó, é toda à lenha. Chamo os amigos para um feijãozinho preto, uma churrascada. É muito legal! Fica todo mundo próximo, integrado, simples... é meio chinelo de dedo e camiseta. Tenho gostado muito de receber nesse canto da casa, que é relax, desprovido de ostentação.

"Quero estar sozinha, estou trabalhando, curtindo a vida ao lado da família e amigos. Estou dando um tempo para mim" ELIANA

Surpreendeu-se com a maneira como superou a separação?
Quando a gente casa e não tem filhos, a separação é mais tranqüila, apesar de não ser confortável. Como foi um processo, eu fui me preparando (para a separação). Encaro (a união com Edu Guedes) como um namoro mais sério que não deu certo. O que posso falar de tudo o que passou é: não estou namorando, não quero namorar agora, quero estar sozinha, estou trabalhando, curtindo a vida ao lado da família e amigos.
Estou dando um tempo para mim. Não estou pronta para ter um relacionamento sério. Quero entender tudo o que aconteceu no passado, digerir o que aconteceu de bom e ruim.

Seu programa é vice-líder de audiência há um ano. Consolidou-se de vez?
Por eu ser mulher, o programa tende a ter pautas voltadas à mulher. E aos domingos, o público feminino é predominante. Os números mostram que há um público consolidado: a maioria é mulher, depois jovens e crianças. O programa é uma grande revista baseada em entretenimento, com boa qualidade.
Jamais vou envergonhar pais, avós e as crianças não vão precisar sair da sala na hora do programa, o que é louvável nos dias de hoje. Mas como artista sinto vontade de aprimorar o que faço.

Como foi reencontrar o Edu Guedes em um evento recente da Record?
Normal. Nenhum problema.

O que fez com a aliança de casada?
Sabe que eu não sei... Esqueciiiiiiii!

Ter filhos sempre foi seu sonho. O fim do casamento mudou algo?
É um sonho ainda. Vou fazer 34 e estou tranqüila. A realização de formar uma família é muito forte e não só de ter um filho. É bacana, corajoso, quando a mulher, independentemente do marido, deseja ter um filho. Mas pelo histórico da minha família, eu gostaria de papai, mamãe e filhinho. Quero construir uma família.
Na minha última relação não havia planejamento de ter filho. Um casal só pode pensar em ter filhos quando a relação vai bem. Do contrário, para quem é consciente e sabe como se cuidar, não convém. Foi importante não ter tido filhos nessa relação. Não faria parte do meu sonho de verdade.

Para pontuar: houve uma época em que você gostaria de ter filho com o Edu Guedes. Depois, quando o relacionamento não ia bem, resolveu não dar chance para uma gravidez?
Isso aconteceu. Não gostaria de falar do passado. O que posso dizer é que ninguém casa para separar. Óbvio que não é bacana, mas que bom que foi tudo muito amigável.

Profissionalmente, também se distanciou um pouco das crianças ao se tornar apresentadora adulta. Algum receio nessa transição?
Sentia uma necessidade de melhorar meu trabalho, de perpetuar o que fazia de uma maneira mais sólida. Eu vou amadurecendo, daqui a pouco quero ter meus filhos. E teria de evoluir na vida
profissional também. E as crianças mudaram, os gostos delas também. As pessoas ainda não entendem o que as crianças querem na tevê aberta. Eu não saberia formatar um programa para crianças, hoje. Me sentiria mais em casa falando com a família toda. Mas essa transição já havia sido tentada por outras apresentadoras infantis e não tinha dado certo. Daí, o medo: "Será que vou conseguir, que as pessoas vão entender que amadureci de verdade?". Não adiantava mudar minha roupa, meu cabelo, minha postura se eu, internamente, não estivesse preparada.

E o que fez para conseguir isso?
Terapia (risos). Sempre fiz, mas passei a focar as sessões para essa mudança no trabalho. Quando a câmera ligava, eu estava acostumada a ter uma delicadeza na voz e nos gestos. O trabalho foi pôr em prática na tevê a maneira como eu me expressava e me sentia em casa, conversando com a minha família.
Além disso, fiz fono. Tinha o hábito profissional de afinar a voz, deixá-la mais doce. Disseram para mim: "Agora, você vai ter de colocar roupas mais sensuais, cortar o cabelo...". Eu não quis. O caminho do sucesso, quando você se comunica, é a verdade.

Casamento é difícil?
Depende. O ser humano é uma caixinha de surpresas.

Como se vê daqui a cinco anos?
Com quase 40!? Gatona! Provavelmente mais madura, mais culta e muito mais feliz. A minha realização vai se completar quando tiver meus filhos, minha família. Minha trajetória profissional sempre foi de muito sucesso. E a emocional, nem tanto. Então, quando tudo se completar, vou estourar muita champanhe e convidar muitos amigos para o churrasco!

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